O que é?
A luxação do ombro é definida como a “perda do contato articular”. Quando isso ocorre, o úmero perde o contato com a glenóide provocando a lesão de ligamentos, labrum e em alguns casos de tendões (principalmente em indivíduos mais velhos).
A luxação do ombro mais comum, 90% dos casos, é o deslocamento da cabeça do úmero para anterior. Existe um outro tipo de luxação em que o úmero será deslocado para trás, chamada de luxação posterior. Ela é muito mais rara (menos de 10% dos casos de luxação) e ocorre após convulsões, choques elétricos ou acidentes automobilísticos em que o paciente encontrava-se com o braço esticado no volante e sofreu um trauma súbito.
A luxação do ombro mais comum, 90% dos casos, é o deslocamento da cabeça do úmero para anterior. Existe um outro tipo de luxação em que o úmero será deslocado para trás, chamada de luxação posterior. Ela é muito mais rara (menos de 10% dos casos de luxação) e ocorre após convulsões, choques elétricos ou acidentes automobilísticos em que o paciente encontrava-se com o braço esticado no volante e sofreu um trauma súbito.
O que acontece depois que o ombro sai do lugar (luxação de ombro)?
Após o primeiro episódio da luxação, o lábio e os ligamentos sofrem algum grau de lesão. Esses tecidos deveriam cicatrizar em uma posição normal para que o paciente não sofresse novos deslocamentos. Infelizmente, essa cicatrização não ocorre na maioria dos casos e, quando ocorre, os tecidos cicatrizam em uma posição anormal. Se não ocorrer a cicatrização, o ombro poderá luxar novamente, gerando a chamada luxação recidivante ou instabilidade glenoumeral.
Com novas luxações, os ligamentos podem alongar-se e as lesões podem progredir para o osso. As lesões no osso, chamadas de lesão de Hill-Sachs (na cabeça umeral pósterolateral) ou de Bankart ósseo (na glenóide anteroinferior), aumentam ainda mais a chance de uma nova luxação.
Diagnóstico
Inicialmente é realizada a radiografia do ombro. A seguir, o exame de escolha é a ressonância magnética do ombro para evidenciar as lesões tanto ósseas (Hill-sachs e Bankart ósseo) quanto labrais (Bankart) e ligamentares. A tomografia é realizada em casos onde a lesão óssea necessita de melhor avaliação (Hill-sachs e Bankart ósseo).
Tratamento
O objetivo primordial inicial é a redução do ombro – colocar o ombro no lugar. Isso deve ser feito por um médico preferencialmente. Após a redução, uma nova radiografia deve ser realizada para evidenciar a colocação do ombro no lugar. A tipoia deve ser utilizada para proteger o ombro e repousar o braço afetado. Em pacientes de baixa demanda, de maior idade ou em casos de menor gravidade, o tratamento inicial será baseado no uso da tipoia e uso de medicações para dor (analgésicos e anti-inflamatórios), seguido pela fisioterapia.
A fisioterapia dever ser realizada para analgesia (melhora da dor), recuperação da amplitude de movimento e fortalecimento muscular, com especial atenção aos músculos que formam os tendões do manguito rotador e aos músculos estabilizadores da escápula, com equipe de fisioterapeutas preparados.
Quando é necessária a cirurgia?
O tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento conservador (com fisioterapia) não surtiu efeito, quando já ocorreram outros episódios de deslocamento do mesmo ombro e quando acontecem outras lesões associadas (como lesões do labrum, lesões dos tendões do manguito rotador e lesões da parte ligamentar).
Na maioria dos casos, o tratamento pode ser realizado por artroscopia, técnica minimamente invasiva que consiste em fazer 2 a 3 incisões de 0,5 cm no ombro, nas quais são introduzidos uma câmera e instrumentos delicados para a realização do reparo das estruturas danificadas.
Nesse procedimento, é realizado o reparo do lábio (tecido avulsionado ou mal cicatrizado após as luxações) e a capsuloplastia (retensionamento da cápsula articular e dos ligamentos glenoumerais), através de âncoras (pequenos parafusos absorvíveis que são presos ao osso de um lado e tem fios de sutura no outro lado). Com a reinserção, é possível a cicatrização dos ligamentos e do labrum em uma boa posição, apresentando um alto índice de sucesso.
Outras formas de tratar o deslocamento do ombro são realizadas através incisões maiores no ombro deslocado, e muitas vezes é necessário procedimentos que necessitem manipular os ossos da região do ombro para impedir novos deslocamentos desta articulação.
Reabilitação e recuperação
Na fase de reabilitação, o paciente fica uma média de 4 semanas com o braço imobilizado por uma tipoia para que as estruturas reparadas possam cicatrizar. Após esse período, o paciente começa a fase de reabilitação com exercícios. A volta para as atividades normais e esportivas acontece em torno de 5-6 meses após a cirurgia.