A tendinite ou tendinopatia é a inflamação do tendão, estrutura formada principalmente por fibras de colágeno que tem como principal função ligar o músculo ao osso. No ombro, os tendões mais acometidos são os do manguito rotador (formado pelos tendões supraespinal, infraespinal, subscapular e redondo menor)
A bursite do ombro ocorre quando há inflamação na Bursa, que é uma bolsa” que recobre os tendões facilitando seu deslizamento para diminuir o atrito entre o tendão e o osso e geralmente ocorrem simultaneamente, ou seja, com a tendinite associada à bursite
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS?
Os principais sintomas são a presença de dor localizada irradiando para região lateral do braço. Dor ao movimentar o ombro, principalmente ao elevar o braço acima do nível da cabeça ou, ainda, dor no período da noite, despertando o paciente durante o sono.
QUAIS SÃO AS CAUSAS?
Por ocasião de sobrecarga, esforço repetitivo, desequilíbrio muscular ou impacto, estas estruturas (bursas e tendões) podem inflamar, gerando dores e dificuldade na movimentação do membro acometido.
A síndrome do impacto surge de alterações no osso chamado acrômio, considerado o “teto” do ombro, que fica logo acima dos tendões e da bursa Alguns indivíduos podem desenvolver um “esporão” no acrômio ou possuir esse osso em forma curva ou em gancho e, durante alguns movimentos, pode ocorrer um atrito nos tendões e na bursa.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico geralmente é feito com exames clínicos e físicos realizados por um ortopedista especialista no ombro. Pode ser necessária a realização de radiografia, ressonância magnética ou ecografia do ombro.
QUAIS AS CONSEQÜÊNCIAS DA SÍNDROME DO IMPACTO?
Se não tratadas, as alterações podem evoluir para problemas ainda mais graves. Surgem, dessa maneira, as lesões dos tendões, mais comuns nos indivíduos acima de 50 anos de idade ou em pacientes que apresentavam uma tendinite grave e sofreram um trauma. Essas lesões podem ser inicialmente parciais e evoluírem para lesões completas ou transfixantes, em que o tendão perde sua inserção no osso. As lesões transfixantes são mais graves e não cicatrizam sozinhas e, em geral, necessitam de um procedimento cirúrgico para sua correção.
COMO É O TRATAMENTO DA SÍNDROME DO IMPACTO?
O tratamento da síndrome do impacto é, na maioria das vezes, não cirúrgico. O tempo de tratamento varia de semanas a meses. Um conjunto de medidas para que tenha alívio da dor e retorno às atividades são prescritas:
- Reduzir os movimentos repetitivos do ombro, principalmente aqueles que exigem braço elevado;
- Preferir atividades físicas que não seja feito exercício com braço elevado acima do nível do ombro;
- Analgésicos e anti-inflamatórios;
- Calor ou gelo: o resultado, tanto do gelo, como do calor, costumam ser semelhantes, sendo indicado qual traz mais alívio da dor ao paciente.
- Medicações injetáveis como corticoides, podendo ser em glúteo ou aplicado como infiltração no próprio ombro
- Fisioterapia: dividida em etapas, a fisioterapia inicialmente busca o alívio da dor e manter o movimento do ombro. Após melhora do quadro doloroso, a busca é por reforço da musculatura do interior do ombro (manguito rotador)
COMO É A CIRURGIA PARA A SÍNDROME DO IMPACTO?
A cirurgia é indicada para a minoria dos casos. A reabilitação deve ser feita corretamente e, na maioria dos casos, gera resultados satisfatórios. No entanto, alguns pacientes não obtém uma melhora da dor e função. Após uma avaliação detalhada do médico especialista em ombro, pode indicar uma artroscopia (cirurgia por vídeo), realizada com auxilio de uma câmera, a cirurgia é feita com mínimos cortes na pele (somente para a entrada da câmara e instrumentos). Nela é feita uma “limpeza” da região acima dos tendões, ressecção da Bursa inflamada e do esporão do acrômio (aumentando o espaço por onde o tendão passa), em um procedimento chamado acromioplastia. Procedimentos complementares podem ser realizados no tendão do bíceps (que cruza a articulação), em algum tendão do manguito rotador, ou até mesmo para a artrose acromioclavicular. Além disso, é feita a inspeção de todo o ombro e possíveis lesões não vistas nos exames podem ser diagnosticadas e tratadas.
Após o procedimento, uma tipoia é usada por 3-6 semanas e logo é iniciada a reabilitação. Geralmente leva de 2-4 meses para que se obtenha alívio completo da dor, mas pode, em alguns casos, passar dos 6 meses.